#276.

Não tenho medo, tenho receio, não tenho vontade, tenho querer!
Não te tenho aqui ao pé de mim, mas tenho-te mais próximo de que possas imaginar.
Saudade? Vou tentar esquecer esse sentimento, mas na verdade sei que não consigo, corre nas veias e no coração e a pulsasão esta a vista de todos, podia pedir a todos que fechassem os olhos e esquecerem-se de mim, mas não sei porque não o fazem, eu tambem  sinceramente não queria, e tudo da boca para fora.
Sinto saudades de quando eu era criança e brincava as bonecas, de quando eu ia para rua brincar a macaca, de quando eu cresci e me deram a minha primeira casa de barbies, eu não me esqueci, mas sinto saudades, de ser como era antes de olhar o mundo com outros olhos e dizer a todos o quanto o meu sorriso valia, por vezes lembro-me de ti, e lembro-me como era se te tivesse conhecido, lembro-me da vontade e da imaginação de abraçar-te mas nada disso, encorajou o mundo de tomar essa iniciativa de te trazer ate mim, tenho saudades dos tempos que pintava com o senhor cunha, e ainda me lembro o quanto eu chorei por ele ter partido, era como uma neta era como uma menina pequena dela, agora que foste não me recordo muitas vezes de ti, mas gostaria de pedir que voltasses para eu poder partir, partia com um sorriso no rosto e de coração cheio por te ver de novo.
Agora? Tudo o que sinto e saudades de um  dia ter sido assim, encorajado por mim, num crescimento depressa, num olhar de choro, em batimentos cardíacos, que aceleram o meu crescimento, deixei de ser criança em tenra idade, meus 10 anos partiram e nunca mais voltaram, não eloqueci, tornei-me forte, tornei-me lutadora do mundo, e sofredora dele, disso não tenho saudades, disso eu não quero recordar, disso eu tomarei lugar de um esquecimento prévio, tomarei loucura de choro em silencio.
Silencio esse que nunca esteve comigo, senti o som e a batida a tomarem conta de mim, todo o meu corpo ganhava vida, quando permanecia ali, tenho saudades de estar presente num palco e garantir que eu e elas éramos o melhor que estavamos ali, o nervoso miudinho, dava cabo de mim, mas os passos saiam na perfeição, não dava lugar a erros nem a exclamações de momentos, nao admitia erros, não podia errar, tinha de me concentrar nos pés e permanecer de alma e coração para aquela associação.
Eu admito tenho saudades, de o meu corpo não parar durante uma hora, tenho saudades de ouvir a batida e dizer " é agora", e tenho ainda mais saudades daqueles bancos e daquela cor azul e branco a orgulhar-me de fazer parte daquele mundo, isto sou eu, uma pessoa com o sentimento de saudade muito apurado.